Yahoo (lembra dele ?) mira retorno ao mercado de navegadores após anos de ausência e cogita compra do Google Chrome
Flavio Sartori
Em meio a processo antitruste contra o Google, Yahoo vê chance de retomar protagonismo perdido na era dos navegadores
Após anos fora do mercado de navegadores, o Yahoo volta a aparecer no radar com um movimento ousado: a empresa manifestou interesse em adquirir o Google Chrome, caso a gigante de buscas seja obrigada a vender o navegador por conta das investigações antitruste em andamento nos Estados Unidos.
As audiências judiciais recentes revelaram que, além de OpenAI e Perplexity, o Yahoo também está entre os potenciais compradores do Chrome – hoje o navegador mais utilizado do mundo. A possível venda é considerada uma das medidas mais drásticas que podem ser adotadas para combater o suposto monopólio da Alphabet, controladora do Google, no mercado de buscas e publicidade online.
O Yahoo, que nos anos 2000 foi uma das principais portas de entrada para a internet, operou seu próprio navegador por um período, mas acabou deixando o setor à medida que perdeu espaço para concorrentes como Chrome, Firefox e Safari. Desde então, sua presença no mercado de navegadores tem sido praticamente nula – um hiato que já ultrapassa quase duas décadas.
Agora, a empresa vê uma oportunidade única de retomar protagonismo. Segundo Brian Provost, gerente geral do Yahoo Search,(sim, a pesquisa ainda existe) a compra do Chrome seria estratégica para alavancar sua participação no mercado de buscas. “Poderíamos finalmente atingir participação de dois dígitos em buscas globais com um navegador forte como o Chrome em nossas mãos”, afirmou o executivo em declaração durante audiência.
Enquanto isso, o Yahoo trabalha em um protótipo próprio de navegador, mas a possível aquisição do Chrome aceleraria significativamente esse processo. A movimentação indica que o Yahoo pretende voltar à disputa entre os grandes da tecnologia, não apenas como motor de busca, mas como uma plataforma de navegação completa.
O processo judicial contra o Google segue em andamento, e ainda não há uma decisão final sobre a obrigatoriedade de venda do Chrome. Caso o Departamento de Justiça dos EUA (DoJ) vença a disputa, o Google pode ser forçado não apenas a abrir mão do navegador, mas também a permitir acesso amplo a seus dados de pesquisa e até mesmo considerar a venda do Android.
Enquanto o desfecho permanece incerto, o interesse do Yahoo marca um capítulo surpreendente na possível reconfiguração do mercado digital – e pode representar um retorno histórico para uma marca que, por muito tempo, foi sinônimo de internet.
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