Sem muito alarde, a Apple aplicou um novo reajuste nos preços de seus serviços de assinatura no Brasil — e os aumentos chamam atenção não apenas pelo impacto no bolso do consumidor, mas também pela discrepância em relação à variação do câmbio.
O aumento afeta os planos do iCloud, serviço de armazenamento em nuvem da empresa, e também o Apple One, que reúne várias plataformas da marca em um só pacote. Os novos preços já estão em vigor tanto para novos assinantes quanto para os atuais, que passarão a pagar mais nas próximas renovações.
Enquanto o dólar subiu cerca de 18% desde o último reajuste da Apple no Brasil (de R$ 4,75 em junho de 2023 para mais de R$ 5,60 em maio de 2025), os novos preços dos serviços chegam a subir até 33%, quase o dobro da variação cambial.
No caso do iCloud, o plano com 200 GB e o com 2 TB subiram 33%. Já o plano básico (50 GB) teve aumento de 20%. No Apple One, o plano Familiar passou de R$ 54,90 para R$ 59,90 (alta de 9%) e o Premium foi de R$ 89,90 para R$ 99,90 (alta de 11%).
Apesar da disparidade, a Apple não se pronunciou sobre os motivos exatos dos aumentos. O silêncio da empresa reforça a insatisfação de muitos usuários, que veem nos reajustes um reflexo de uma política de preços descolada da realidade econômica brasileira.
Além do câmbio, o Governo Federal também anunciou recentemente uma alta no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que incide sobre compras internacionais. No entanto, mesmo somando o impacto do dólar e do IOF, os aumentos da Apple ainda são considerados excessivos por analistas e consumidores.
Em redes sociais e fóruns online, usuários criticam o que chamam de “abuso de poder de mercado” por parte da Apple. “Não é possível justificar um aumento de 33% em um serviço digital com base em uma alta de 18% do dólar”, comentou um assinante no X (antigo Twitter).
Com a escalada dos preços, cresce a pressão para que empresas de tecnologia adotem maior transparência em suas políticas de reajuste — especialmente em mercados como o brasileiro, já sobrecarregado por impostos, câmbio volátil e desigualdade de poder de compra.
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