Bill Gates critica Elon Musk e diz que cortes em ajuda humanitária “matam as crianças mais pobres do mundo”
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foto : Jason Lee / REUTERS |
O bilionário Bill Gates fez duras críticas a Elon Musk após o encerramento das operações da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), decisão tomada sob a liderança de Musk no recém-criado Departamento de Eficiência Governamental dos EUA. Em entrevista ao Financial Times, Gates foi enfático: “A imagem do homem mais rico do mundo matando as crianças mais pobres do mundo não é bonita.”
A acusação ocorre em meio ao fim de iniciativas da Usaid, que historicamente distribuiu bilhões de dólares em ajuda humanitária global — incluindo vacinas infantis e assistência alimentar emergencial. A decisão de Musk tem repercutido negativamente entre organizações humanitárias e líderes do setor.
Gates, que vem ampliando seus esforços filantrópicos, prometeu doar quase toda a sua fortuna até 2045, totalizando cerca de US$ 200 bilhões em investimentos voltados aos mais pobres. A Fundação Gates, criada por ele e sua ex-esposa Melinda, já destinou US$ 100 bilhões a projetos de saúde e combate à pobreza global desde sua criação, em 2000.
Sem citar Musk diretamente em alguns trechos, Gates deixou claro seu descontentamento com o que vê como um retrocesso em políticas de ajuda internacional promovidas por alguns dos países mais ricos. “Não está claro se os países mais ricos do mundo continuarão a defender as pessoas mais pobres”, disse, mencionando também os cortes promovidos por Reino Unido, França e pelo ex-presidente Donald Trump.
Gates também destacou que, mesmo com os grandes recursos da fundação, o progresso em áreas como erradicação da pólio, malária e sarampo depende diretamente do envolvimento e do financiamento governamental.
A crítica pública a Musk surge em um momento em que o dono da Tesla e SpaceX aumenta sua influência política e passa a atuar diretamente em questões estruturais do governo dos EUA. Para Gates, essa influência não pode ser usada para justificar o abandono das populações mais vulneráveis do planeta.
Ao anunciar que pretende encerrar a Fundação Gates até 2045, o empresário de 69 anos reafirmou seu compromisso pessoal com a filantropia: “As pessoas dirão muitas coisas sobre mim quando eu morrer, mas estou determinado que 'ele morreu rico' não será uma delas.”
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