Flavio Sartori
Gartner destaca foco em resultados de negócios, infraestrutura tecnológica e mudança de cultura como pilares para líderes de Data & Analytics ampliarem iniciativas de IA.
A adoção da Inteligência Artificial (IA) nas empresas ainda esbarra em um velho problema: a baixa qualidade dos dados. Essa é a principal barreira para o avanço da análise avançada, segundo o Gartner, que apresentou três caminhos estratégicos para líderes de Data & Analytics (D&A) superarem esse desafio e escalarem o uso da IA em seus negócios.
As recomendações foram destaque na Conferência Gartner Data & Analytics 2025, que reuniu executivos e especialistas para discutir o futuro da IA e do uso de dados nas organizações.
“Mais da metade dos CEOs acredita que a IA terá o maior impacto em seus setores nos próximos três anos. Os líderes de D&A estão posicionados estrategicamente para traduzir esse potencial em resultados reais”, afirmou Jorg Heizenberg, vice-presidente do Gartner.
1. Foco no impacto nos negócios
Demonstrar o valor da IA na prática continua sendo um dos maiores obstáculos. Para mudar esse cenário, os líderes de D&A precisam construir confiança a partir da qualidade dos dados e comunicar com clareza os benefícios da IA em termos de produtividade e vantagem competitiva.
Principais ações:
-
Implementar modelos de confiança para avaliar a qualidade e o risco dos dados.
-
Mensurar ganhos de produtividade e traduzir em retorno financeiro.
-
Comunicar o valor de D&A considerando custos com governança, operações e mudanças organizacionais.
2. Infraestrutura tecnológica adaptável
O debate entre plataformas integradas e soluções especializadas ganhou novo fôlego com a rápida evolução das ferramentas de IA. O Gartner recomenda investir em um ecossistema modular, aberto e escalável, pronto para mudanças constantes.
Principais ações:
-
Construir arquiteturas modulares, que possam ser atualizadas rapidamente.
-
Preparar os dados para IA, com integração de práticas como DataOps e FinOps.
-
Explorar o uso de agentes de IA baseados em metadados ativos, que se adaptam dinamicamente ao contexto de negócio.
3. Cultura orientada à IA
Tecnologia não é tudo. Para que a IA funcione de verdade nas empresas, é preciso transformar a cultura organizacional. Isso inclui capacitação contínua, novos papéis e maior integração entre áreas técnicas e de negócio.
Principais ações:
-
Promover alfabetização em dados e IA por meio de treinamentos práticos.
-
Desenvolver novas funções e habilidades voltadas para a IA Generativa.
-
Estimular a colaboração entre D&A, engenharia, segurança e outras áreas.
“A IA está transformando tudo, e as pessoas precisam se transformar também”, ressaltou Heizenberg.
Ferramenta de diagnóstico
Para apoiar os líderes na avaliação de sua maturidade e eficácia, o Gartner oferece o CDAO Effectiveness Diagnostic, ferramenta que ajuda Chief Data & Analytics Officers (CDAOs) a identificar seus pontos fortes e oportunidades de melhoria.
Comentários
Postar um comentário