Google libera inteligência artificial Gemini para crianças com menos de 13 anos — entenda como funciona e os riscos envolvidos


Flavio Sartori

O Google começou a liberar gradualmente o acesso ao Gemini, seu assistente de inteligência artificial,  para crianças com menos de 13 anos, diretamente em suas contas pessoais. A novidade vale tanto para a versão web quanto para o aplicativo para Android e iOS.

Segundo e-mails obtidos pelo The New York Times e pelo site Chrome Unboxed, os pais começaram a ser notificados sobre essa mudança. A medida representa uma mudança ousada, já que o acesso ao Gemini será ativado por padrão — e não mediante consentimento prévio. Os responsáveis receberão um alerta por e-mail quando a criança usar a IA pela primeira vez, mas precisarão desativá-la manualmente caso não desejem que seus filhos tenham acesso à ferramenta.

O acesso infantil ao Gemini contará com filtros de conteúdo e restrições específicas para impedir o acesso a informações inadequadas. Contudo, a Google alerta que esses mecanismos não substituem a supervisão ativa dos pais.

A empresa recomenda uma conversa aberta e educativa entre pais e filhos sobre o uso da inteligência artificial. Entre os pontos a serem abordados, está o fato de que o Gemini não é uma pessoa real, pode apresentar informações incorretas ou inventadas e que é essencial verificar tudo o que a IA fornecer. Além disso, é importante orientar as crianças a não compartilharem informações pessoais com o assistente.

Para desativar o Gemini, os pais podem fazr por meio do Google Family Link, a plataforma de controle parental da empresa. Para isso, basta acessar o site ou aplicativo do Family Link, selecionar a conta da criança, e seguir o caminho: Controles > Gemini. A partir daí, é possível desativar o recurso para impedir o uso da IA, tanto na web quanto nos apps móveis.

A decisão da Google de disponibilizar o Gemini para menores de 13 anos levanta debates sobre privacidade, segurança e maturidade digital. Embora a IA possa ser uma ferramenta poderosa para a aprendizagem e a criatividade, seu uso por crianças requer atenção redobrada. A iniciativa ressalta uma tendência crescente: a presença de tecnologias baseadas em IA cada vez mais cedo na vida das pessoas — e a urgência de educar os mais jovens sobre seus potenciais e riscos.

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