Nova taxa de serviço do iFood gera críticas e pode abrir espaço para concorrência da Keeta no Brasil
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imagem:divulgação |
Se você pediu comida pelo iFood recentemente, provavelmente notou uma cobrança extra no recibo. Trata-se da nova taxa de serviço de R$ 0,99, agora obrigatória em todos os pedidos feitos pela plataforma no Brasil. A medida, que entrou oficialmente em vigor no último domingo (25/05), tem causado polêmica entre consumidores e pode abrir uma brecha estratégica para a entrada da Keeta, novo player do setor de delivery, no mercado brasileiro.
Sem alarde, o iFood implementou a nova tarifa com a justificativa de “investimentos em tecnologia e melhorias na experiência do usuário”. O único comunicado oficial sobre a mudança foi publicado discretamente no site da empresa em 20 de maio — nada foi enviado por e-mail ou via notificações no aplicativo.
A repercussão, no entanto, veio rapidamente. Nas redes sociais, clientes expressaram frustração com o aumento no custo dos pedidos, especialmente porque a nova taxa se aplica mesmo a assinantes do Clube iFood, que já pagam R$ 12,90 por mês.
Antes da mudança, a cobrança de taxa de serviço era restrita a pedidos de menor valor, variando conforme a cidade. Agora, os 55 milhões de usuários ativos da plataforma pagarão o adicional em qualquer pedido, o que pode render ao iFood mais de R$ 100 milhões mensais — considerando os cerca de 110 milhões de pedidos mensais registrados pela empresa.
Além da nova taxa ao consumidor final, o modelo de negócios do iFood já impõe uma série de encargos aos restaurantes parceiros. As comissões variam entre 12% e 23% por pedido, com acréscimo de 3,20% no processamento de pagamento e mensalidades que vão de R$ 130 a R$ 150 para estabelecimentos com receita acima de R$ 1.800 mensais.
Do outro lado, o consumidor lida com o valor do pedido, taxa de entrega, e agora a nova taxa de serviço, o que eleva consideravelmente o custo total de uma refeição via aplicativo.
Nesse cenário de insatisfação, a chegada da Keeta, empresa de delivery que promete taxas mais acessíveis e melhores condições para restaurantes, pode representar uma ameaça real à hegemonia do iFood no Brasil. A Keeta, que já atua em países da América Latina com um modelo menos oneroso, mira exatamente nos pontos de desgaste que hoje afetam o iFood: alto custo para os usuários e comissões pesadas para os estabelecimentos.
Analistas de mercado apontam que, caso a Keeta consiga manter uma estrutura enxuta e estabelecer parcerias estratégicas logo na entrada, ela poderá conquistar uma fatia relevante do mercado brasileiro — especialmente entre os pequenos e médios empreendedores que já se sentem pressionados pelas atuais condições do iFood.
A nova taxa de serviço do iFood pode parecer pequena em valor absoluto, mas representa um sinal claro de um modelo de negócios cada vez mais pressionado por custos e por críticas. A insatisfação dos clientes e dos restaurantes, somada à chegada iminente de concorrentes como a Keeta, pode representar o início de uma nova fase no mercado de delivery brasileiro — mais competitivo, e quem sabe, mais justo.
Com dados do Tecnoblog
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