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Flavio Sartori
Dados recentes do setor de birôs de crédito revelam um cenário preocupante para a saúde financeira dos brasileiros: a reincidência na inadimplência atinge alarmantes 83% dos consumidores negativados. Esse índice, que se manteve em patamares elevados em maio de 2025, conforme o texto analisado, e em junho de 2025, segundo pesquisas complementares [1, 2, 3, 4, 5], acende um alerta sobre a necessidade urgente de reequilíbrio orçamentário e educação financeira. Paralelamente, o uso crescente do crédito, especialmente em períodos de férias e viagens internacionais, e o impacto do IOF unificado, intensificam a discussão sobre a gestão responsável das finanças pessoais.
A análise dos birôs de crédito demonstra que a inadimplência no Brasil possui um caráter estrutural. Dos consumidores negativados em maio de 2025, 83% já haviam enfrentado a mesma situação nos 12 meses anteriores. Dentre esses reincidentes, 63% já estavam negativados e receberam uma nova anotação, enquanto 20% haviam regularizado sua situação, mas voltaram a ficar inadimplentes. Apenas 17% dos negativados em maio eram devedores de primeira viagem no período analisado.
Elias Sfeir, presidente da ANBC, destaca que essa reincidência "revela que estamos diante de eventos recorrentes, sinalizando um desequilíbrio orçamentário mais profundo, muitas vezes crônico". Para Sfeir, a negativação é uma ferramenta importante para sinalizar riscos no mercado, protegendo tanto credores quanto consumidores do super endividamento. A solução, segundo ele, passa por educação financeira, uso responsável do crédito, diagnóstico individual e renegociação consciente das dívidas.
O cenário de reincidência da inadimplência ocorre em meio a um ciclo contínuo de expansão do crédito no Brasil. Dados do Banco Central indicam que a relação crédito-PIB saltou de 48,5% em maio de 2020 para 54,6% em maio de 2025. Contudo, esse crescimento vem acompanhado de um aumento no endividamento das famílias, que alcançou 48,9% de comprometimento da renda. A inadimplência também voltou a crescer, com cerca de 47,3% da população adulta com o nome negativado em maio de 2025, em comparação com 44,9% no mesmo período de 2024.
Esse avanço do endividamento é um ponto de atenção, especialmente em períodos de maior gasto, como as férias. As despesas com viagens internacionais, por exemplo, registraram um aumento de 7,2% em maio de 2025 em relação ao ano anterior, totalizando US$1,8 bilhão.
Nesse contexto de endividamento e reincidência, a recuperação de crédito assume uma importância estratégica. Os birôs de crédito atuam não apenas como fontes de informação, mas também como plataformas de reconexão entre credores e devedores. Iniciativas como mutirões de negociação, sistemas online de consulta e a nota de crédito têm contribuído para a regularização das pendências e o reequilíbrio financeiro dos consumidores.
A tecnologia, com o uso de inteligência de dados e ferramentas analíticas, reforça essa frente, ajudando a identificar perfis com maior chance de recuperação, otimizando a abordagem e reduzindo perdas. A eficácia na renegociação impacta diretamente o custo do crédito: quanto maior a taxa de recuperação, menor tende a ser o risco embutido nas operações.
Para Elias Sfeir, o avanço do crédito no Brasil exige uma base sustentável. Ele conclui que "Transformações regulatórias e tecnológicas são importantes, somente serão efetivas com educação financeira e atitude responsável com o uso do crédito. É preciso formar consumidores conscientes, capazes de usar o crédito como ferramenta de inclusão e bem-estar." A matéria jornalística visa informar e alertar a população sobre a importância da gestão financeira consciente e do uso responsável do crédito para evitar o ciclo vicioso da inadimplência
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