A Revolução da Cibersegurança: Prevenção supera detecção na era da GenAI, segundo Gartner

imagem gerada por IA

Flavio Sartori

A paisagem da cibersegurança está à beira de uma transformação radical, com a Inteligência Artificial Generativa (GenAI) impulsionando uma mudança estratégica de modelos reativos para abordagens preventivas. De acordo com o Gartner, Inc., uma das principais empresas de insights de negócios e tecnologia, as tecnologias preventivas de cibersegurança, que hoje representam menos de 5% dos gastos em TI, deverão ultrapassar 50% até 2030, tornando-se a nova referência na defesa contra ameaças digitais.


O relatório do Gartner destaca que as soluções preventivas, impulsionadas por IA e Machine Learning avançados, serão cruciais para antecipar e neutralizar ameaças antes que elas se materializem. Isso inclui o uso de inteligência preditiva de ameaças, tecnologia de engano (deception) e defesa automatizada de alvos móveis. Carl Manion, Vice-Presidente Administrativo do Gartner, enfatiza a urgência dessa transição:
“A segurança cibernética preventiva em breve será a nova referência máxima para todas as entidades que operam dentro ou através das diversas camadas interconectadas do global attack surface grid (GASG). A segurança cibernética baseada em detecção e resposta não será mais suficiente para manter os ativos protegidos contra invasores habilitados por IA.”

Manion alerta que ignorar essa mudança representa um risco significativo, expondo produtos, serviços e clientes a um novo nível de perigo que progride cada vez mais rápido. A rápida expansão do Global Attack Surface Grid (GASG), a rede interconectada de pontos de ataque, é um fator chave. O Gartner prevê que, até 2030, haverá mais de 1 milhão de Vulnerabilidades e Exposições Comuns (CVEs) documentadas, um aumento de 300% em relação às aproximadamente 277 mil em 2025.

Para enfrentar esse cenário complexo, o Gartner aponta para o desenvolvimento do Sistema Imunológico Cibernético Autônomo (ACIS) como a evolução definitiva da cibersegurança preventiva. Embora ainda em fase inicial, o ACIS promete uma defesa digital proativa e adaptativa.

“A expansão implacável e a sofisticação crescente do GASG tornam obsoletas as medidas tradicionais e reativas de segurança cibernética. Embora ainda em fase inicial de desenvolvimento, o poder proativo e adaptativo do ACIS é, sem dúvida, o futuro da defesa digital”, afirma Manion. “O desenvolvimento e a implementação de estruturas ACIS inteligentes, descentralizadas e táticas não são meramente objetivos ambiciosos, mas uma necessidade absoluta para proteger nosso mundo cada vez mais interconectado".

Essa especialização impulsionará maior colaboração e integração no ecossistema de segurança cibernética. Manion ressalta que nenhum fornecedor sozinho poderá lidar eficazmente com a totalidade do GASG, tornando parcerias e interoperabilidade entre soluções especializadas ainda mais cruciais. Ele exemplifica:

“Por exemplo, um fornecedor especializado em segurança cibernética preventiva para dispositivos de IoT no setor de saúde pode precisar se integrar a uma plataforma focada na proteção de registros eletrônicos de saúde baseados em Nuvem. Essas interdependências criarão oportunidades para alianças tecnológicas, estratégias conjuntas de go-to-market e o desenvolvimento de APIs e formatos de dados padronizados para facilitar a interação perfeita entre soluções de segurança distintas.”

Em suma, a era da GenAI não apenas redefine as ameaças cibernéticas, mas também catalisa uma mudança fundamental na forma como as organizações se defendem, priorizando a prevenção e a especialização para um futuro digital mais seguro.



Comentários