Dell Technologies Forum 2025

Diego Puerta - Presidente Dell no Brasil 

Flavio Sartori

O Dell Technologies Forum 2025 desembarcou em São Paulo com a ambição de posicionar o Brasil como protagonista na corrida global por dados, inteligência artificial e infraestrutura digital. Aberto oficialmente pelo presidente da Dell Technologies Brasil, Diego Puerta, o evento reuniu clientes, parceiros, executivos e pensadores de tecnologia para discutir os rumos da inovação.

A apresentação de abertura ficou por conta de Diego Puerta, presidente da Dell Technologies do Brasil, que colocou a inteligência artificial como o ator principal da transformação e avisando que : “nuvem não é mais resposta para tudo”

Segundo Diego Puerta, os dados hoje são predominantemente gerados edge  e trazem consigo um novo desafio: “mudamos a forma como pensamos a infraestrutura”

Ele defendeu que as empresas que lideram essa “corrida por IA” apostam em quatro engrenagens estruturais:

  • IA como núcleo do modelo de negócio, redesenhando processos e estratégias

  • Data center moderno, preparado para cargas híbridas e exigências de performance

  • Workplace, local de trabalho e com destaque para a transição dos PCs tradicionais para os AI PCs

  • Agentes centrais da adoção das tecnologias são as pessoas 

Para ilustrar como as teorias apresentadas se aplicam no cotidiano, Puerta trouxe cases de clientes, entre eles:

  • BTP (Brasil Terminal Portuário): uso de IA para movimentação e operação de contêineres
  • Vale: monitoramento em tempo real de superfícies e estruturas, por meio de radares acoplados a máquinas que ficam alocadas em minas e escavações e capacidade de análise de grandes volumes de dados. 

Ambos os cases foram apresentados como demonstrações de que a “arquitetura híbrida” — combinando processamento na borda e no centro.

O discurso de Diego Puerta misturou componentes técnicos, visão estratégica e posicionamento político. Ele procurou enfatizar que a Dell não está apenas vendendo hardware ou serviço de nuvem, mas propondo uma nova arquitetura para o mundo orientado a dados e IA. Com isso, tentou projetar a empresa como parceira de transformação.

Durante a coletiva que aconteceu após sua apresentação,  Diego Puerta abordou outro tema estratégico e sensível: a Medida Provisória Redata, destinada ao regime especial para data centers no Brasil. Para ele, o debate não deve se resumir à redução de impostos sobre importação de servidores, mas também à capacidade de promover geração de empregos e valor local. 

Destacou que, embora data centers sejam grandes “obras de real estate”, não geram tantos postos de trabalho quanto se imagina. Além disso, ressaltou que o Brasil precisa enfrentar o gargalo de transmissão de energia elétrica  “o país gera energia limpa de dia, mas data center funciona também à noite, 24 por 7”, problema agravado pela infraestrutura de distribuição deficiente. 

Diego Puerta afirmou que é contrário ao Redata, mas defendeu que a proposta seja estruturada “da forma correta, para gerar receitas e empregos, e não apenas fomentar importações e que a indústria nacional seja escutada.

Sobre a operação industrial da Dell no país, ele lembrou que a empresa já conta com fábrica local e infraestrutura que poderia operar com mais turnos, mas disse que elevada carga tributária inviabiliza competir com mercados externos, mas que atende muito bem as demandas locais

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