Hackers do Bem: Programa de Cibersegurança Abre 25 Mil Novas Vagas

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O programa Hackers do Bem, uma iniciativa gratuita de capacitação em cibersegurança do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) executada pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), anunciou a abertura de 25 mil novas vagas para seus cursos de nivelamento e básico. A notícia chega após o programa alcançar a marca de 36 mil alunos certificados desde seu lançamento em janeiro de 2024, consolidando-se como um importante vetor de formação profissional no Brasil.

A cibersegurança é um mercado em franca expansão, mas que enfrenta uma severa escassez de mão de obra qualificada. De acordo com o relatório global sobre a lacuna de habilidades em segurança cibernética de 2024, divulgado pela Fortinet, seriam necessários atualmente quatro milhões de profissionais de cibersegurança no mundo para mitigar os riscos e lidar com as diferentes ameaças digitais. O Hackers do Bem surge como uma resposta estratégica a essa demanda.

Um dos grandes destaques do programa é a diversidade de perfis que ele atrai, provando que a transição de carreira e o aprendizado contínuo não têm idade.

Marcelo Goulart, morador de Alto Paraíso de Goiás (GO), é um exemplo disso. Aos 60 anos, ele faz parte dos 216 participantes da Residência Tecnológica, a etapa final do programa. Ex-programador, Goulart encontrou no Hackers do Bem uma nova direção profissional.
"Acreditava que, aos 60 anos, era tarde para aprender algo completamente novo. Mas esta oportunidade me mostrou que nunca é tarde para recomeçar", afirma Goulart.

Ele descobriu o programa ao ouvir a Ministra Luciana Santos e se dedicou aos estudos, elogiando o nível do material e das aulas online. Atualmente, ele está elaborando um projeto cooperativo em segurança cibernética e almeja atuar como pentester ou gerenciar projetos na área.

Outra história de resiliência é a de Patrícia Monfardini, de 52 anos, servidora pública em Contagem (MG). Sem experiência prévia em tecnologia, ela se inscreveu por incentivo de uma colega e chegou à especialização no Red Team (segurança ofensiva).

"Foi um desafio enorme. Não sabia nada sobre TI, mas, com muita persistência, cheguei à especialização. Chorei, estudei e, no final, venci", comemora Patrícia.

A Residência Tecnológica representa para ela a chance de colocar em prática o aprendizado e realizar a transição de carreira. Após o programa, Patrícia começou a cursar Engenharia de Software, reforçando seu compromisso com a área.

O programa também atende à parcela mais jovem que busca um futuro promissor. Gabriel Matos, de 27 anos, formado em Direito, viu no Hackers do Bem o caminho para a cibersegurança.
"Sempre quis trabalhar com segurança, mas achava que isso só era possível na polícia. Quando descobri o Hackers do Bem, foi como encontrar um norte", explica Matos, que se especializou em Forense Digital.

A última etapa do programa, a Residência Tecnológica, é um momento crucial. Nela, os participantes atuam na solução de problemas cibernéticos dentro dos Pontos de Presença da RNP em diversos estados, recebendo uma bolsa-auxílio mensal de R$ 3 mil por um semestre.

"Além de formar técnicos, o Hackers do Bem tem um papel social importante, buscando aumentar a conscientização sobre a segurança digital. "É uma iniciativa que não só prepara indivíduos, mas fortalece toda a sociedade", conclui Patrícia Monfardini.

O programa oferece uma ampla capacitação, abrangendo desde temas introdutórios até conteúdos avançados, como identificação de ameaças cibernéticas, computação em nuvem, desenvolvimento e aplicações de criptografia.

Para participar:
As inscrições para as 25 mil novas vagas nos cursos de nivelamento e básico estão abertas.

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