Black Friday Sob Ataque: 73% dos Brasileiros Não Reconhecem Sites Falsos em Meio à Onda de Phishing

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A temporada de descontos da Black Friday, em novembro, é um período de alta expectativa para milhões de consumidores brasileiros, mas também se tornou um campo fértil para o cibercrime.

Dados recentes da Kaspersky revelam um cenário alarmante: o Brasil registrou 553 milhões de ataques de phishing em apenas um ano, uma média de 1,5 milhão de ocorrências por dia. Essa modalidade de fraude, que se destaca por ser massiva e de baixo custo, é agora colocada "em promoção" pelos criminosos, que buscam dados pessoais, informações bancárias e dinheiro das vítimas

A urgência em aproveitar as ofertas e a dificuldade em distinguir o real do falso têm custado caro aos brasileiros. O estudo aponta que 31% dos consumidores no país perderam entre US$ 100 e US$ 500 em fraudes ao realizar compras online.

Os ataques de phishing se iniciam com iscas digitais que prometem descontos "incríveis" ou utilizam gatilhos emocionais, como notificações falsas de "problemas com seu pedido" ou "falhas de pagamento", para provocar uma reação imediata e impensada.

A disseminação ocorre por diversos canais:
  • Redes Sociais: Publicações, anúncios e perfis que imitam lojas reconhecidas ou pequenos negócios com "descontos exclusivos".
  • Mensagens e E-mails: Comunicações que, além de ofertas, tentam induzir a vítima a clicar em links maliciosos.
A eficácia dessas táticas é comprovada: 50% dos brasileiros já foram vítimas de fraudes que se aproveitam desses gatilhos psicológicos.

O clique apressado é o portal para a fase mais perigosa do golpe: os sites fraudulentos. Os cibercriminosos investem na criação de portais quase idênticos aos originais, copiando designs, logotipos e seções inteiras de lojas legítimas. A única diferença, muitas vezes, reside em uma sutil alteração no endereço da web (URL).

A sofisticação é tamanha que 73% dos brasileiros não conseguem reconhecer um site falso e já caíram em um golpe. Uma vez no site falso, o processo de pagamento parece legítimo, mas os dados pessoais e bancários (nome, e-mail, telefone, informações de cartão) são desviados diretamente para os golpistas.

As consequências são graves:
  • Roubo de Identidade: Clonagem de cartões e cobranças não autorizadas.
  • Venda de Dados: As informações roubadas são frequentemente vendidas na darkweb.
  • No Brasil, 38% dos consumidores já foram vítimas de fraude em contas bancárias ou cartões.
Fabiano Tricarico, diretor geral de produtos de consumo da Kaspersky para Américas, ressalta a natureza do ataque:
"O phishing se destaca por ser um modelo de ataque massivo, automatizado e de baixo custo, o que o torna uma ferramenta muito lucrativa para os criminosos, especialmente em momentos como a Black Friday. Com um único envio, eles podem alcançar milhares de usuários e adaptar o golpe para diferentes plataformas. Todo descuido pode resultar em perdas econômicas e menos confiança no comércio digital. A verdadeira proteção começa antes de você comprar, com cautela e verificação desde o primeiro clique."

Para garantir uma Black Friday segura, a Kaspersky compartilha um guia de três passos para evitar fraudes:
  • O primeiro passo é Filtrar Ofertas Falsas. O consumidor deve desconfiar de promoções que pareçam "boas demais para ser verdade" ou que pressionem por uma compra imediata. É crucial verificar a autenticidade do site: a página deve ter um cadeado na barra de endereço e começar com https. Em redes sociais, a autenticidade do vendedor deve ser checada, buscando por contas verificadas, comentários autênticos e um histórico consistente. Se algo parecer suspeito, a recomendação é ignorar e procurar a loja oficial.
  • O segundo passo é proteger dados pessoais e bancários. As informações financeiras devem ser tratadas como uma carteira, evitando expô-las em qualquer lugar. A Kaspersky recomenda usar cartões digitais com códigos de segurança dinâmicos e jamais compartilhar senhas ou dados bancários por e-mail, mensagem ou ligação, mesmo que a comunicação pareça vir da loja, do banco ou do serviço de encomendas. Ativar o alerta de compras também é uma medida de segurança importante.
  • O terceiro passo é manter dispositivos e aplicativos atualizados para evitar vulnerabilidades e evitar o uso de redes Wi-Fi públicas ao realizar compras online.

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