Metade dos Trabalhadores Brasileiros Busca Renda Extra, Mas Evita Adiantamento Salarial por Constrangimento
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| imagem gerada por IA |
Uma nova pesquisa conduzida pela SalaryFits, empresa do grupo Serasa Experian, lança luz sobre a vulnerabilidade financeira de grande parte da força de trabalho brasileira. O estudo aponta que 50% dos trabalhadores precisam buscar ativamente recursos extras, seja através de linhas de crédito, trabalhos freelancer ou ajuda familiar, para conseguir fechar as contas no final do mês.
Apesar da alta demanda por complementação de renda, a pesquisa revela um paradoxo: o adiantamento salarial, uma opção que pode ser isenta de juros e mais vantajosa que empréstimos tradicionais, é utilizada por uma parcela mínima, apenas 3% dos entrevistados.
O principal fator para a baixa adesão ao adiantamento salarial parece ser uma combinação de questões culturais e a falta de acesso digital.
De acordo com o levantamento, a maioria dos trabalhadores se sente desconfortável ou envergonhada ao solicitar o recurso diretamente aos gestores ou ao RH. Os dados são claros:
- 38% dos entrevistados se sentem desconfortáveis ao demandar o adiantamento.
- 19% relatam constrangimento ou vergonha.
- 2% estão preocupados com possíveis consequências no ambiente de trabalho.
Délber Lage, CEO da SalaryFits, empresa da Serasa Experian, explica que a baixa adesão está ligada a um desafio cultural no Brasil. "A pesquisa mostrou uma realidade social e de mercado em que as pessoas acabam escolhendo meios alternativos ou linhas de crédito mais caras, com juros altos, na hora de honrar compromissos financeiros que não couberam no salário do mês", afirma Lage. Ele complementa que "sentir segurança para falar sobre as próprias finanças ainda é um desafio para muitos. A baixa adesão desse tipo de empréstimo se dá, inclusive, por questões culturais e até emocionais, mas também pela falta de acesso, uma vez que o recurso ainda não é implementado em muitas empresas."
A pesquisa indica que a digitalização do processo seria a chave para destravar o uso do benefício. 95% dos entrevistados alegam que usariam o "salário sob demanda" se pudessem solicitá-lo de forma discreta, via aplicativo digital, sem exposição pessoal.
Atualmente, apenas 20% dos trabalhadores pediram adiantamento salarial nos últimos dois anos. Desses, somente 5% o fizeram por meios digitais, reforçando a necessidade de modernização na oferta do benefício.
Lage destaca o papel da tecnologia para transformar o adiantamento salarial em uma ferramenta de bem-estar financeiro. "Entendemos como a tecnologia é fundamental para transformar o adiantamento salarial em um instrumento de bem-estar financeiro, e não emergencial. Colaboradores mais seguros acessam o salário sob demanda em formato simplificado e digital e podem até evitar o endividamento, muitas vezes atrelado ao pagamento de juros altos", conclui o executivo.
O adiantamento salarial, ou "salário sob demanda", permite a antecipação de uma parte do próximo pagamento, sendo uma alternativa para os 54% dos trabalhadores brasileiros que não conseguem chegar até o final do mês com o salário na conta, ajudando a cobrir gastos urgentes sem recorrer a linhas de crédito com juros elevados.

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